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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Dica de filme: A Jovem Rainha Vitória


"O sonho de ser princesa, recorrente entre as meninas, era a realidade de Alexandrina Vitória Regina. Mas a vida da moça, última de sua linhagem real, não era exatamente um conto de fadas, já que ela cresceu sob as duras "Regras Kensington", que visavam sua proteção a todo instante, cuidando da sucessão do trono. Esses normas rígidas impediam que ela dormisse sozinha, descesse escadas desacompanhada ou mesmo deixasse seu palácio com frequência.

Com a morte prematura de seu tio, Guilherme IV, Vitória assumiu o trono da Inglaterra aos 18 anos. Tornada rainha, a garota viu-se no centro de conspirações e jogos de poder - e também alvo de pretendentes à sua mão.
A Jovem Rainha Vitória (Young Victoria, 2009) trata justamente desse período de transição, em que os olhares da regente, aqui vivida por Emily Blunt, ficaram divididos entre seu primo, Albert de Saxe-Coburg (Rupert Friend), e o político Lorde Melbourne (Paul Bettany). A trama mostra os erros e acertos de Vitória em seus primeiros meses no cargo, incluindo uma bizarra crise constitucional gerada pela escolha de camareiras, mas o faz como escancarada desculpa para o real interesse da produção, o romance.

O filme de Jean-Marc Vallée (C.R.A.Z.Y.), com roteiro de Julian Fellowes (Feira das Vaidades), flerta com ideias que parecem arrojadas, como a de um amor igualitário (Vitória já era rainha e poderosa o suficiente, mas viu na troca de ideias com Albert o futuro de seu reinado). Mas é nos ideais do amor romântico que ele efetivamente se encontra. A imagem das escrivaninhas frente a frente, como duas metades de um todo, não deixa dúvida disso.

Dá pra entender o fato do filme ignorar temas importantes do reinado de Vitória, como a política expansionista britânica e a Revolução Industrial, afinal, optou-se por um romance típico - e nos registros históricos existiram poucos como o da rainha e seu príncipe consorte. Como ela o escolheu para marido, considera-se que o casamento tenha sido o primeiro por amor já realizado na realeza.

Junte a isso os belos jardins palacianos, um "quem-é-quem" do cinema inglês, os figurinos que renderam mais um Oscar a Sandy Powell e a direção de arte e maquiagem (indicadas ao mesmo prêmio) e você tem um romance que preenche todos os melhores requisitos do gênero. Pra quê preocupar-se com expansões e revoluções quando você tem um amor ideal à sua disposição?"

Fonte: Omelete

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