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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Chá das Cinco

Uma coisa pela qual os Ingleses são reconhecidos mundialmente é pelo seu famoso Chá das Cinco.
A segunda bebida mais consumida no mundo depois da água, o chá tem uma história deliciosa que começou na China há mais de cinco mil anos e que proliferou para os quatro cantos do mundo, onde continua a ser, ainda hoje, muito apreciado.


















Não se sabe ao certo como o chá foi criado.
Conta a lenda que, por volta de 2737 a.C., o imperador chinês Shen Nong, conhecido por suas iniciativas como cientista e patrono das artes, lançou a ideia de que beber água fervida seria uma medida higiénica – e estava certo. Durante uma viagem, deixou cair acidentalmente algumas folhas na água que estava a ser fervida. Ficou encantado com a mistura, bebeu-a e achou-a muito refrescante. O chá tinha sido criado!

Na Inglaterra, ele é servido a partir das duas da tarde e não as cinco como o nome sugere.

Existem alguns que comentam que o hábito de tomar chá (às cinco horas) foi introduzido na Inglaterra pela mão de uma portuguesa, Catarina de Bragança, filha de D. João IV de Portugal que casou com Carlos II de Inglaterra em 1662. Terá levado no seu dote uma arca de chá da China, instituindo o seu uso na corte.

Outros dizem que a tradição do chá "ingles" - que vem da Índia ou Sri Lanka - é datada do ano de 1800 e creditada a sétima duquesa de Bedford, Anna. A história conta que a nobre sentia fome entre o café da manha e o jantar e, por esse motivo, criou o hábito de tomar chá durante todas as tardes.

Não pense que a duquesa se contentou com o simples e puro saquinho de ervas. Para acompanhar, eram servidos sanduíches, bolos, doces, torradinhas e pães doces (scones).
Em meio a esse requintado cardápio, foi criada uma ordem que não deve ser quebrada. Primeiro, deve-se comer os sanduíches de queijo, peixe e pepino. Logo após, os scones com geléia de morango e creme. Para finalizar, os delicados doces (pastries) de chocolate, tortas, biscoitos escoceses e bolos galeses.
Uma maravilha de fazer inveja a qualquer culinarista.

Uma coisa que difere os brasileiros dos ingleses é que os ingleses tomam o chá com um pouco de leite gelado e açúcar.
Dependendo da origem, ele pode ser servido com fatias pequenas de limão, como é o caso das ervas vindas da China.

Além de ser uma bebida bastante refrescante e muito acolhedora quando frio, graças aos seus poderosos antioxidantes – os polifenois – o chá traz inúmeras vantagens para a saúde física e mental.
Tais como: melhora os níveis de concentração, aumenta os níveis de energia, é um estimulante do bem-estar geral, pode ser utilizado como prevenção e tratamento de aterosclerose (a formação de placas nocivas nas paredes das artérias e que pode levar à sua obstrução completa), é óptimo na prevenção da diabetes, diminui o risco de doenças cardiovasculares, previne contra o cancro (inibe o desenvolvimento de células cancerígenas, impede o fornecimento de sangue ao tumor e incentiva a autodestruição das próprias células cancerígenas), contribui para a diminuindo dos níveis de “colesterol mau” (LDL – lipoproteína de baixa densidade), melhora o metabolismo lípido, tem um efeito anti-bacteriano significativo, purifica o organismo, eliminando toxinas, combate a retenção de líquidos.



Se é um amante de chá, pode conferir o site da Casa do Chá


E você, já tomou seu chá hoje?

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Jane Austen, inspiração depois

Para mim, Jane Austen é total amor.



Jane Austen (16 de dezembro de 1775 – 18 de julho de 1817) foi uma proeminente escritora inglesa, que representa o exemplo de uma vida que, sem grandes sobressaltos, em nada reduziu a estatura da sua ficção. A ironia que utiliza para descrever as personagens de seus romances a coloca entre os clássicos, haja vista sua aceitação, inclusive na atualidade, sendo constantemente objeto de estudo acadêmico, e alcançando um público bastante amplo.


No início da era victoriana, a antiga hierarquia e o que ela representava haviam se tornado obsoletos. Por outro lado, as Guerras Napoleônicas (1804–1815) abriram outro tipo de profissão, no exército, que nos anos seguintes continuou em alta, devido à expansão do colonialismo; ademais, apareceram heróis nacionais, como o Duque de Wellington, e Lord Nelson, o que outorgava certo romantismo à profissão.

A era georgiana se caracterizou, também, pelas mudanças sociais no aspecto político. Foi a época das campanhas para a abolição da escravatura, da reforma das prisões e das críticas à ausência de uma justiça social. Foi também a época em que os intelectuais começaram a defender políticas de bem-estar social, e se construíram orfanatos, hospitais e escolas dominicais.

Na literatura, a época georgiana se caracterizou pelo ressurgimento do romance e pela discussão se esse era realmente um gênero literário e de qualidade.

Durante a época de Jane Austen não existia um sistema de educação propriamente dito, e a educação das crianças era feita nas escolas dominicais, ou, no caso das famílias mais abastadas, através de tutores. Por outro lado, existiam algumas "escolas para damas", que tinham má reputação, pois ofereciam uma educação deficiente. Também era comum mandar os filhos homens para viver na casa de um tutor, como o era o pai de Jane Austen. Crescendo nessa casa, pode-se supor que a autora foi uma mulher bastante instruída para seu tempo.

Jane Austen advoga, em seus romances, por uma educação liberal para a mulher, independente de todos esses "talentos", pois considera a falta de sensatez um grande risco para a vida social, para a escolha de um futuro favorável, e para a convivência conjugal.

Torna-se difícil precisar o momento em que Jane Austen começou a escrever. A existência de cadernos de notas contendo relatos assinala que o talento despertou em tenra idade. Em 1791, aos 16 anos, já dispunha de um bom número de exemplares armazenados; seus primeiros trabalhos se caracterizam por ser de uma extensão ligeiramente inferior às suas obras mais maduras, e por estarem em um inglês mais simples, fácil e livre de ornatos próprios de muitos escritores.

Sendo de uma familia que promovia a aprendizagem, a leitura e as letras, Austen desenvolveu um talento especial que a levou ao desejo de compor textos, sempre representando neles os valores familiares que ela achava importantes.

Para a aristocracia, um bom modelo era o de uma mulher culta, que saiba falar idiomas modernos, que entenda de música, de estilo, de vários temas, e que tenha certo carisma e expressão que a favoreçam. Frente a isso, Elizabeth(personagem de Orgulho e Preconceito) põe em dúvida se existe uma mulher capaz de ter todas essas qualidades ao mesmo tempo, ao que responde: “Não duvido que conheçais apenas uma dezena; duvido que conheçais alguma”.


Tentei resumir um pouco do que eu considero uma grande autora dos séculos XVIII e XIX.
Por mais que tenha morrido cedo, a diversidade de coisas sobre ela é enorme.
E por mais que sejam poucas, suas obras marcaram gerações e continuam fazendo a diferença.


"Acho incrível", diz Bingley, "como todas as jovens têm tanta paciência para cultivar todos esses talentos". (…) "Todas pintam, forram biombos e fazem bolsas. Não conheci uma que não saiba fazer tudo isso, e estou seguro de que jamais me falaram de uma jovem pela primeira vez sem referir-se a quão talentosa ela era". (…) "Uma mulher deve ter um amplo conhecimento de música, canto, desenho, dança, e línguas modernas para merecer essa palavra (talentosa); e, aparte de tudo isso, deve haver algo em seu ar e em sua maneira de andar, no tom de sua voz, em sua forma de relacionar-se com as pessoas, e em sua expressão que, se não for assim, não merecerá completamente a palavra".

Jane Austen, Pride and Prejudice
(Orgulho e Preconceito)

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